6 de janeiro de 2008

Desporto e terrorismo...

Por acaso, sou um fã de ralis.
Por acaso, sou um fã da paz.
Por acaso, não gosto nada de terrorismo.
Tudo isto a propósito do cancelamento do Rali Lisboa-Dakar, ocorrido ontem:
Concordo que a segurança das pessoas está em primeiro lugar.
Também concordo que as ameaças terroristas devem ser levadas a sério.
Mas não sei até que ponto tal cancelamento não foi uma acobardada e precipitada capitulação a tais ameaças; isto é, o jogo acabou antes de começar, se é que me é permitido chamar a isto um jogo...
O rali, em si, para além da atracção desportiva, do interesse tecnológico das máquinas e (também) dos negócios que o acompanham, tem mais que se lhe diga: é uma forma de aproximar culturas, de fazer a ponte entre os continentes, de ligar pessoas.
Com a deserção extemporânea - por muito sérias que sejam as ameaças - permito-me afirmar que se perdeu uma hipótese de dizer que a sociedade dita "ocidental", tal como a conhecemos e na qual vivemos, não pode ficar refém de meia-dúzia de fanáticos, que lutam em nome de nada, que matam, que destroem, sem qualquer respeito pelos valores pelos quais nos guiamos.
Mas perdeu-se mais do que isso: perdeu-se a coragem de dizer "Basta!".

3 comentários:

effetus disse...

Como curiosidade, relembro que no programa de hoje, o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu posição idêntica à minha.
Será de ficar contente... ou preocupado?

Beko disse...

Não se pode ter pretensões "ocidentais" em sítios que não são ocidentalizados. A propósito, fiz um post sobre isso no Grita-me ao Ouvido

effetus disse...

Já lá vou ver, Bernardo.
Mas eu não quero a "ocidentalização" de África. O que eu quero e exijo é a defesa dos valores ocidentais no Ocidente... o que é muito diferente.
Ah! E coragem, que é coisa que nos falta...