28 de abril de 2008

Uma imagem vale mais que mil palavras!

Ao ler o Público de hoje (on-line) deparei-me com esta imagem, relativa aos protestos dos professores ingleses e às suas reivindicações salariais (reproduzo a mesma, citando a sua origem).
Trata-se de uma jovem - certamente aluna - a pedir ao governo para pagar mais aos seus professores...
Aqui em Portugal, também os professores estão a lutar por melhores condições de trabalho; a par, aliás, de várias outras profissões, como médicos, magistrados, funcionários públicos em geral e tantos mais...
E todas estas profissões têm mais que razões para o descontentamento, sobretudo pela forma como os seus profissionais têm sido menorizados pelo poder.
Mas - ao contrário da Velha Albion - alguém viu ou verá nas nossas ruas uma manifestação abrangente, como aquela que a fotografia atesta?
Alguém está para se incomodar e se juntar aos legítimos anseios de uma certa classe, como aqui a dos professores?
Não, obviamente que não!
E não, porque em Portugal as pessoas têm, em geral, inveja dos outros, aquela inveja perniciosa: "...se tu tens e eu não tenho, eu quero é que tu deixes de ter, não que eu tenha também...".
São esta ignomínia, este fado, este estigma que nos marcam há longos anos!
Como é diferente o exercício da cidadania em Portugal...

12 comentários:

Paulo Tomás Neves disse...

Essa é, infelizmente, a nossa realidade fruto, de muita educação no "combate aos privilégios".
Até o actual governo age assim, pois as medidas que apresenta, mesmo quando são adequadas, não são "a favor de" mas sim "contra" algo.

effetus disse...

Exactamente, Paulo.
E repare que não estou apenas a falar de condições económicas, que até são acessórias, mas de condições dignas de trabalho e consideração pelos profissionais. Apenas dei o exemplo dos ingleses, porque lá respira-se civilização... gostemos os não deles...

Anónimo disse...

Olá, Tony! Parabéns pelo seu regresso! Os meus agradecimentos, antes de mais, pela visita ao meu "espaço". Complementando os comentários efectuados, não poderemos esquecer que os professores têm cada vez responsabilidades sociais mais vastas (a estes tudo se exige , por via da escola e da sociedade) contrariamente ao seu prestígio social que vai decrescendo. Um beijinho. Kikas

Marquês De Verdad disse...

Não quero ter que lembrar que a jovem da fotografia está certamente a ser instrumentalizada.
No mais concordo com o articulista, os ingleses estão perdidos, afundados em inveja não perniciosa e nós temos que nos contentar com os filhos dos ricos a gritarem "Não Pagamos!" - e não é que não pagam?!

effetus disse...

Oh Marquês de Verdad: pois, pois, estás como o outro: todos são instrumentalizados...
Quanto ao resto do comentário, não comento (até porque não percebi...).
"Apud" Gato Fedorento, João: o que tu queres sei eu...

Marquês De Verdad disse...

Exactamente, Tony.
E repare que não estou a falar apenas do que eu quero e do que parece estar disposto a dar-me... ou não.
Não se esqueça que eu não quero o que sabe - que acredito ser muito - e desconfio que não sabe o que eu quero.
Creio que, qualquer dia (por exemplo - ontem) acabaremos a fazer trocadilhos como a Zézinha.

mariam [Maria Martins] disse...

tenho a maior admiração p`la classe docente, deveria haver mais respeito quando se "fala" dela, por parte da opinião pública, dos que nos governam e pelos próprios professores(as), considero que é uma das profissões mais complexas... estão a "moldar" gente, a formar personalidades... uma arte diria...(mesmo remando contra a desautorização que vem da casa de muitos alunos)
mas, como dizia meu avô "há bons e maus carpinteiros, bons e maus padres e bons e maus maridos"
faço um voto para que os "bons" não desesperem e se mantenham firmes e que os "menos bons" se empenhem...

é que sou mãe

bom fim-de-semana e desculpe o alongamento...

um sorriso :)

effetus disse...

Olá, MariaM.
Estou de acordo consigo: há bons e menos bons profissionais em todo o lado; aliás, digo isto num outro post, neste blog.
Mas o que incomoda é a generalização e o nivelamento por baixo.
E tudo isto é desmotivador (note que não sou professor).
Um abraço.

redonda disse...

Já tinha pensado nisto, em como andamos todos tão separados.
Bom fim-de-semana e um beijinho

Ruvasa disse...

Viva, Tony!

Se é... se é!...

Abraço

Ruben

pin gente disse...

conheço muito boa gente contra as reivindicações dos professores. supostamente por serem uma classe com a vida facilitada...

"um por todos..."

effetus disse...

Supostamente, é verdade, Luísa.
A minha mulher é professora e confesso-lhe que não vejo a vida dela nada facilitada. Além de ensinar (ou tentar ensinar), ainda tem de ser ama-seca, psicóloga, amiga, escriturária, e educadora de infância...
E, como em todo o lado, há bons e maus professores.
Mas não podemos aceitar generalizações: e tudo isso não passará, de facto, de inveja?
Outro abraço!