15 de setembro de 2007

Silêncio...


Três da manhã
e continuo a acompanhar-te

pela rua escura, suja e sombria
Sinto-te como um espelho de mim mesmo
e sofro os frios molhados, esquecidos
ao mesmo tempo indiferentes e negros...
Se ouço o barulho do mar
só, entrecortado, compassado
já não te sinto, nem me acompanhas
Se te falo, foges de mim
Quis ouvir a água corrente do regato
e o coaxar das rãs
sem me lembrar que o ruído te fere
e que te deixaria de sentir e amar...
Mas é assim que gosto de ti
que te tenho, que te possuo
que me invades, levemente
Entro no meu quarto, pé ante pé
e tu vens comigo
deitar-te na minha cama

a rodear-me de carícias veladas
nervosas, extasiantes
É assim que nos amamos
Eu... e o silêncio...

Tony (9.8.71).

8 comentários:

joao de miranda m. disse...

Poema realmente muito bem conseguido. Creio que são esses os amores que a maioria de nós tem ou teve: amores muito susceptíveis.

redonda disse...

Gostei muito do que li e surpreendeu-me. Sei que escreve muito bem, mas não sabia que escrevia poesia e sobretudo que escrevesse assim! Gostei mesmo muito.
um beijinho
Gábi

effetus disse...

Muito obrigado. Fiquei todo "babado"...
Escrevia mais quando era "jovem", do que escrevo agora.
Mas deu-me forças para ir publicando mais umas coisas...
Beijinho.

Marsupilami disse...

Esta inspiração eu sei de onde veio...

E não há mais?
Os amores mal sucedidos sempre foram para mim grande fonte de inspiração poética.
E para ti?
:o)

effetus disse...

Olá Robin(a)!
Tens razão, mas a inspiração não é de agora... Vê a data do "poema"!

Marsupilami disse...

Upsssss...
Tá bem.
(A data está correcta?)
E tira lá as aspas ao poema, tá bem?
Gostei muito.

effetus disse...

A data está correctíssima: era eu ainda um "teenager inconsciente"...
Ok, fica sem aspas!
Jokas.

milú ferreira disse...

Mas eu não sou teenager e muito menos inconsequente e identifiquei-me com esse poema...
Eu amo em segredo e em silêncio... acontece! O amor não tem idade... E por vezes arrebata-nos com a força e a inconsequência da juventude! Surpreende-nos...
Adorei o poema! Talvez, porque me reveja nele...
2010 beijos
Milu